Jesus veio trazer paz ou espada? Muita gente
se confunde a respeito desse tema. Isso porque, na Bíblia, vemos que Jesus é
chamado de Príncipe da Paz
(Isaías 9:6). Vemos também Jesus dizendo “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo.
Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.” (João 14:27). Ao
mesmo tempo somos apresentados a uma fala muito forte de Jesus, que é o
versículo em estudo hoje:“Não
penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada”. Seria
possível Jesus ao mesmo tempo trazer paz e espada à terra? Uma não anula a
outra? Estaríamos diante de uma contradição do próprio Jesus? É evidente que
não! Como sempre, a boa e velha interpretação cuidadosa do texto, levando em
consideração seu contexto e boas regras de interpretação, nos explica
claramente essa questão.
Sem sombra de dúvida a Bíblia aponta para Jesus
como sendo o Príncipe da Paz. Ele é o Soberano portador da paz perfeita. Não a
paz – falsa – segundo o mundo, mas a paz – verdadeira – segundo Deus (João 14:27).
A paz de Jesus é distribuída sem medida no mundo quando Cristo é Senhor na vida
das pessoas. Nesse sentido, fica claro que a paz verdadeira está ligada a
Cristo, conforme nos diz João 16:33: “Estas
coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por
aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.”. Como Jesus
esclarece, a paz está “nEle” e é alcançada plenamente através “dEle”.
Apesar da paz de Cristo estar à disposição de
todos, não são todos que a vivem e a acolhem. No mundo existem os rebeldes,
aqueles que encaram a mensagem do Evangelho de Cristo como sendo loucura (1
Coríntios 1:18). O mundo está cheio de perversos, de pessoas que têm suas vidas
baseadas no pecado, sem qualquer arrependimento. Nesse sentido vemos Jesus
explicando que essas pessoas se levantarão em oposição àqueles que vivem a Sua
paz. A “espada” mencionada em Mateus 10:34 é sinônima de divisão e conflito. O
mundo insiste em hostilizar a mensagem de Cristo e rejeitá-Lo. Os servos de
Deus, como embaixadores de Cristo que vivem nesse mundo, também são
hostilizados e rejeitados por seguirem a Cristo. Assim, Jesus exemplifica que
até dentro de suas casas, Seus servos poderão enfrentar hostilidade por causa
de Seu nome: “Pois vim causar
divisão entre o homem e seu pai; entre a filha e sua mãe e entre a nora e sua
sogra. Assim, os inimigos do homem serão os da sua própria casa.” (Mateus 10:35-36).
Esse é o sentido da “espada” mencionada nesse texto!
Assim, não existe
contradição no fato de Jesus trazer a paz e também trazer a “espada” em meio a
esse mundo. É apenas a conseqüência provocada pelos rebeldes guiados pelo
pecado, que resistem fortemente à paz de Jesus, pois a consideram loucura.
Jesus, como o Grande Rei Soberano, deixa claro que seus súditos devem amá-Lo
sobre todas as coisas (Mateus 10:37-39) e que esse “amor”, às vezes, trará
conseqüências duras como o desprezo e a hostilidade daqueles que não O amam. E
isso poderá acontecer até mesmo dentro das relações mais estreitas como entre
os círculos familiares (Mateus 10:35-36).
"Grande paz têm os que amam a tua lei; para eles não há tropeço" (Salmos 119:165).
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