“Darei
a vocês um coração novo e porei um espírito novo em vocês; tirarei de vocês o
coração de pedra e lhes darei um coração de carne.” (Ezequiel 36:26)
Doenças
são motivos de sofrimento da humanidade e algumas se destacam pela sua abrangência.
Algumas atacam populações inteiras, outras são mais localizadas. Uma doença que
tem sido bastante divulgada nos países desenvolvidos, até mesmo por causa dos
hábitos alimentares e estilo de vida sedentário da sociedade moderna é a
arteriosclerose.
Para
compreendermos o que é a arteriosclerose, podemos começar pelo significado das
palavras que formam o nome da doença. Ela tem origem em duas palavras gregas: arteros,
que significa artérias ou veias e scleros, que significa endurecido,
enrijecido. Assim, arteriosclerose é a doença que se manifesta pelo
endurecimento dos vasos sanguíneos devido ao acúmulo em suas paredes de uma
substância chamada colesterol. Este acúmulo pode causar o entupimento do vaso,
impedindo o sangue de fluir e diminuindo ou obstruindo a chegada de alimento e
oxigênio em certas partes do organismo. Outro sintoma é o enrijecimento das
paredes do vaso sanguíneo fazendo com que ele fique menos flexível, e torne-se
quebradiço. Se acontecer um aumento de pressão isso pode fazer com que as
paredes do vaso se rompam provocando hemorragia. Se isso acontecer no coração
você tem um infarto, se for no cérebro será um derrame ou AVC. Ambas as doenças
podem levar à morte, à invalidez ou deixar seqüelas irreversíveis na pessoa
afetada.
No
entanto, a arteriosclerose é uma doença silenciosa. Muitos que sofrem dela só
vêm a saber muito tarde, apenas quando seus sintomas se manifestam. Então pode
não haver solução. Por isso, a sociedade moderna nutre uma paranóia com relação
a hábitos alimentares, exames e check-ups periódicos a fim de detectar a doença
o mais rápido possível e evitar as suas conseqüências.
A
Bíblia fala de outra doença muito parecida com a arteriosclerose. Ela não é
mencionada pela medicina, mas é mais grave e tem causado a morte de mais
pessoas que a própria arteriosclerose, já que as conseqüências dela vão além da
própria pessoa afetada, trazendo conseqüências inclusive sociais. Da mesma
maneira que arteriosclerose é uma doença silenciosa, as pessoas que a têm não
se apercebem da sua existência, e quanto mais grave for o caso, menos a pessoa
afetada será capaz de reconhecê-la.
Se
formos dar um nome grego a essa doença seria: ESCLEROCARDIA, de scleros,
endurecimento, e cardia, coração. É o endurecimento do coração. A doença
do coração endurecido.
As
pessoas com esta doença apresentam sintomas que são facilmente reconhecíveis
por outros e em outros, mas ela própria é incapaz de reconhecer os sintomas em
si mesma. Vejamos alguns sintomas desta doença:
A
pessoa com esclerocardia perde a sensibilidade pelo direito e sofrimento
alheio. Uma vez contaminada passa a achar que o mundo gira ao redor dela, que
ninguém sofre tanto quanto ela e que ninguém é capaz de entender completamente
o sofrimento pela qual esteja passando. Qualquer pessoa que chegue lhe falando
de problemas ela tem a atitude de achar que “isto não é problema de verdade,
imagine se ela passasse o que eu passo”.
Outro
sintoma de uma pessoa com esclerocardia é que ela passa a fazer tudo
pensando no seu proveito próprio. Todas as coisas são vistas pelo prisma de
como ela irá levar vantagem, como aproveitar a situação para se promover. Ainda
que as outras pessoas saiam machucadas, ela entende que ninguém sofrerá tanto
como ela se não atingir seu objetivo.
A
pessoa com esclerocardia torna-se cada vez mais egoísta, vendo o mundo
girando ao seu redor para satisfazer-lhe as necessidades e os desejos e
retaliando aqueles que não agem em seu benefício.
A
pessoa com esclerocardia perde o interesse pelo que é eterno e põe seus
olhos no imediato: lucro imediato, prazer imediato. Sucumbe à filosofia do
mundo que diz que o importante é ser feliz agora e aproveitar a vida hoje.
A
pessoa com esclerocardia perde a noção de fidelidade. Pois egoísta como
é, se uma relação não está lhe rendendo o que é do seu interesse ele procurará
outra que o faça. Com isso, casamentos são abalados ou mesmo desfeitos,
empresas promissoras são fechadas por desentendimentos entre os sócios,
projetos abandonados pelos envolvidos. A pessoa acometida de esclerocardia
perde a noção de perseverança e de auto-sacrifício no presente para colher no
futuro um resultado mais permanente e abundante.
Esta
doença é tão velha que o profeta Isaías já denunciava que a sua nação estava
sofrendo uma epidemia de esclerocardia. Ele, inclusive, demonstra que
aqueles que sofriam desta doença não se reconheciam doentes (Isaías 58).
O
profeta é usado por Deus para denunciar que mesmo aqueles que se diziam
segui-lo não compreendiam, na verdade, o que estavam fazendo.
Vejam
nesta passagem os sintomas de esclerocardia: não reconhecimento dos pecados,
abandono da preocupação com os outros, culto vazio de entendimento. Até as
atividades espirituais eram realizadas visando o interesse próprio. Mesmo
aquilo que era feito para Deus estava contaminado pelo egoísmo.
O
que causa a arteriosclerose? Qual o agente da doença e causador do entupimento
e endurecimento das veias?
O
colesterol.
Em
Isaías 59:1-2 Deus nos mostra o causador da Esclerocardia: o pecado.
O
pecado acumulado no coração provoca o seu endurecimento e a sua
insensibilidade, impedindo-nos de compreender a vontade de Deus e experimentar
o melhor que Ele tem para nós.
E
sabe qual é a pior conseqüência desta doença? O apóstolo Paulo escreveu aos
cristãos romanos dizendo: “O salário do pecado é a morte” (Romanos 6:23).
Ora,
se o pecado endurece o coração, ele perde a flexibilidade e deixa de funcionar,
de bombear o sangue, de levar vida ao corpo: logo, a conseqüência disso é a
morte. Todos aqueles que sofrem de alguma doença do coração sabem que têm a
morte a espreitar-lhes permanentemente.
E
para piorar a situação ele escreveu em Romanos 3:23, “TODOS pecaram e
destituídos estão da presença de Deus”. Todos nós estamos contaminados com o
agente da esclerocardia, ele não deixou ninguém de fora. Todos estamos
condenados a morrer.
Ninguém
quer morrer certo? Eu não quero, você não quer, ninguém quer. Mas para evitar a
morte por esclerocardia – morrer com o coração endurecido pelo pecado e
ser condenado à eternidade separado de Deus – é preciso acontecer uma
TRANSFORMAÇÃO: o nosso coração precisa deixar de ser duro e voltar a viver.
Um
outro profeta, Ezequiel, falou a respeito deste mesmo assunto. Ezequiel viveu
em um período em que a nação estava recebendo o castigo pela sua dureza de
coração: o país fora invadido por estrangeiros e o povo havia sido levado
cativo para outro país. Mas Deus dá a Ezequiel uma promessa: Ele trocaria o
coração de pedra, o coração endurecido, doente de esclerocardia, por um
coração de carne, vivo, sensível, palpitante, que bombearia o sangue levando
vida ao corpo (Ezequiel 36:26).
O
que Deus está prometendo a Ezequiel é que Ele faria um transplante. Retiraria o
nosso coração doente, e colocaria outro saudável. Com um coração novo nós não
precisaríamos ter medo de morrer de esclerocardia.
Mas
isso nos leva a pensar em outro ponto: para ter um coração saudável disponível
para transplante é necessário que alguém morra. Se nós não queremos morrer de esclerocardia,
alguém tem que morrer em nosso lugar para que recebamos um novo coração e
sejamos transformados.
Mas
como Paulo diz que a humanidade toda está contaminada pelo pecado, não há um só
homem na face da terra que possa servir. Se fizéssemos isso, estaríamos
trocando o nosso coração de pedra pelo coração de pedra de outro. A nossa
situação permaneceria a mesma. Na própria humanidade não há solução para este
problema.
No
entanto a Bíblia afirma, em João 3:16: “Deus amou ao mundo de tal maneira que
deu seu Filho unigênito para que todo o que nele crê não morra mas tenha a vida
eterna”. Deus, na sua sabedoria, providenciou a saída.
Nós
merecemos o castigo pelos nossos pecados. Devemos morrer como castigo por eles.
Mas Deus se tornou homem, assumiu a nossa natureza mortal, a nossa fraqueza
física, a nossa vulnerabilidade emocional, e como diz Hebreus 4:15 foi tentado
em todas as coisas da mesma maneira que nós. Mas com uma diferença: não pecou.
Por
ele não ter pecado, ele não estava contaminado pelo agente da esclerocardia,
por isso, não precisava morrer. A morte, a separação eterna de Deus, é a
recompensa do pecado; se Ele não pecou então não merecia morrer. Mas Ele
ofereceu-se como sacrifício; morreu a morte que era nossa, minha, sua, a fim de
que o nosso coração de pedra fosse retirado e recebêssemos o seu coração de
carne.
Ezequiel
disse que o coração que receberíamos teria as Suas leis escritas nele. Com o
coração velho não tínhamos vontade de obedecer a Deus. Com o pecado agindo e
endurecendo o nosso coração não tínhamos poder para fazer a vontade de Deus.
Mas com este novo coração recebemos as leis de Deus interiormente.
Ezequiel
também afirmou que com este coração receberíamos também um novo espírito: o
Espírito Santo que nos dá o poder de obedecer e viver a vida que Deus deseja de
nós.
Um
coração novo, com um espírito novo, uma nova vida. É desta maneira que Deus nos
transforma de pecadores inveterados, desobedientes obstinados, com corações
endurecidos e sem vida, em seus filhos amados, com um novo coração que tem
prazer em dedicar suas vidas a servir aquele que tanto nos amou, que se
ofereceu para morrer em nosso lugar!
Essa
é mais uma das maravilhas do mundo espiritual: Deus tem o poder de nos dar um
novo coração e nos transformar, de fazer de nós novas criaturas.
Ele
nos ama; nos ama tanto que se encarnou em Seu filho Jesus e morreu por nós a
morte que era nossa.
Ele
nos perdoa; perdoa os nossos pecados, a nossa desobediência, o sangue do Seu
filho Jesus derramado na cruz foi o sacrifício final.
Ele
nos transforma; por essa morte nós agora podemos receber o seu coração
transplantado em nós e o seu espírito nos dando nova vida e nos fazendo novas
criaturas.
"E assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas." (2 Coríntios 5:17)
PENSAMENTO DO DIA: (Leia Hebreus 11:1) - A fé é algo real e palpável, mas, ao mesmo tempo,
invisível. Assim é a fé: ela mostra uma realidade de algo inexistente, ou seja,
dá realidade às coisas invisíveis, considerando-as como se fossem objetos da
visão física. Portanto, aí está o grande poder da fé: trazer à existência as
coisas que não existem. – “Pai Querido, ensina-me a viver em fé, com uma
absoluta certeza que o melhor pra minha vida já está preparado pelo Senhor, e
que as adversidades do meu dia-a-dia não podem me separar do Seu infinito amor.
Eu rejeito toda angústia, toda ansiedade, e peço perdão ao Senhor, pois tais
coisas mostram a minha falta de fé. Eu oro em nome de Jesus. Amém.”
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